20 julho 2010

Minha janela secreta.

Hoje eu não quero usar metáforas, palavras bonitas ou frases ambíguas. Quero poder falar sem medo, sem hesitação, ser ter ninguém para quem prestar contas. Estava me sentindo vazia, sem vontade de fazer as coisas, só queria ficar dentro do quarto, debaixo das cobertas, de preferência dormindo, mergulhada em algum lugar onde tudo o que eu quisesse pudesse se tornar realidade sem precisar de uma explicação física e lógica. Me sinto mais segura assim, mais protegida da sensação de imaginar que, se eu passar pela porta e sair, estarei vulnerável a quaisquer maldades e atrocidades do mundo. Prefiro que minha única conexão com a verdade lá fora seja uma janela, de onde eu possa ver tudo e, muitas vezes, não ser vista. De onde eu possa enxergar a realidade, sem estar imersa em sentimentos que me ceguem e me afastem dela. Mas também não quero ser apenas uma casca, um depósito oco de solidão e amargura. Quero poder ver as coisas mais bonita que o mundo pode oferecer, e me convencer de elas subrepujam as más, que mesmo onde há um rastros de dor e sofrimento, há canteiros de flores que o ornamentam. Porque o ódio e o amor são irmãos, convivem lado a lado, e a linha que os separa é tênue e frágil.

Um comentário:

Anne Matias disse...

"onde tudo o que eu quisesse pudesse se tornar realidade sem precisar de uma explicação física e lógica."
Eu entendo =/