16 setembro 2008

Poeta da loucura.

Só agora eu percebi que o amor que eu tinha era muito maior do que eu achava que era. Você chegou a dizer que era uma obceção, que era loucura, mas o mundo pertence aos loucos. Só os loucos têm a ousadia de tentar quando os outros tem receio, só os loucos tem coragem quando tudo é medo, só os loucos persistem, sem que ninguém perceba, quando você pede para te deixarem em paz. E eu sinceramente queria poder te dizer, em palavras bonitas escrever, tudo o que eu sinto, o que não controlo por você, mas sou uma má poeta, pois os bons poemas são deficiêntes de interesse e completamente falhos em tudo o que são. Os bons poetas conseguem passar tudo o que está na sua cabeça para um borrão, toda a deturpação de uma mente humana que nem outra mente humana é capaz de entender. Os maus poetas não, e quanto mais mesquinhos são os seus versos, mais se sente vontade de entender o que realmente está por trás daquelas palavras tão inocentes. E eu sou uma má poeta, uma má poeta que tenta, em vão, exprimir em algumas teclas todo o sentimento de uma vida, de uma vida infinita que foi em todo o momento que durou. Só o que me resta, agora, é a lembrança de seus cabelos dourados balançando ao mínimo toque do vento, do seu sorriso, da sua bondade desajeitada, daquela piada do sanduiche e do telefonema que ainda é o que me faz rir, apesar de tudo o que houve entre nós. E só agora eu percebi que eu devo te deixar embora, para que o meu sentimento permaneça, para que ele dure para sempre, mas apenas dentro de mim, te observando de longe, cuidando de ti. Devo te deixar ir embora para que não penses mais em mim, para que não se machuque, para que não tenha a responsabilidade de ser responsável por aquilo que cativou, para viver a sua vida de menino e ganhar a sua vida de homem, embora alguma barbicha já esteja a crescer e eu me lembre que você me disse que a deixaria crescer. Vou te amar no teu cabelo, na tua pele, no teu sorriso, na tua lembrança, pois se naquele dia corri desesperadamente atrás de você, é porque já o amava muito. E vá embora, vá embora para que eu possa ter você só pra mim, para que eu agonize em saudade e entenda de uma vez por todas que a tua felicidade sempre esteve comigo.

Um comentário:

Raiga disse...

Às vezes nem nos mesmo percebemos que a felicidade esteve ou está próximo. São coisas que se tivéssemos notado antes, seria um mundo "melhor"