05 dezembro 2008

Fazer o mundo girar.

Eu costumo sempre me perguntar o porquê das coisas. Para a maioria das perguntas eu nunca encontro uma resposta que realmente me convença, tudo parece ser predefinido desde sempre. Porquê a matemática existe? Porquê eu sou muito magra enquanto todas as minhas amigas tem um corpo mais escultural? Eu não sabia que os números serviam para administrar a nossa vida e nem que um problema biológico na garganta me impedia de engordar até pouco tempo atrás. Ao contrário destas, que eu encontrei a resposta, eu nunca consegui entender de fato o porquê de não podermos ser nós mesmos. Muitos de nós não costumam perguntar-se esse tipo de coisa, porque a idéia de que já somos nós mesmos bloqueia a nossa visão. Eu gostaria de abraçar um panda, a Luana de pular de um avião a mil quilômetros por hora com um pára-quedas, a Lorena de viajar para a Europa sem mala alguma e viver do que conseguisse. Mas os amigos da Luana não sabem que ela quer mudar e a família da Lorena não apoiaria a sua viagem. Mas porquê? Porque não podemos pular de um avião, viajar para a Europa, abraçar um panda, escalar uma montanha, andar escutando música e cantando alto, usar uma roupa bem diferente, pintar o cabelo de rosa, participar de movimentos? Porque não podemos dizer a quem amamos o que realmente sentimos, sem faltar nenhuma palavra? Porque, quando estamos com raiva, não podemos expressar essa cólera? Porque, quando algo coisa nos incomoda, não podemos ser sinceros e dizer? Eu me pergunto isso desde que entendo por gente, nunca entendi muito bem como esse mundo gira. Disseram-me que se a gente se declara pra alguém, se revelamos o que passa dentro da gente, não vamos ser correspondidos, porque o ser humano tem a mania de escolher apenas aquilo que lhe parece difícil, ignorando todas as outras coisas ao seu redor que, mesmo sendo mais fáceis, poderiam lhe dar muito mais prazer. Disseram-me também que quando estamos com raiva devemos guardar dentro de nós e engolir todas as palavras que, muitas vezes, insistem em querer pular para fora da boca, vomitadas, porque nem todo mundo está disposto a te deixar aliviar a tensão que te atormenta dia após dia. Disseram-me, ainda, que devemos aceitar tudo aquilo que nos é imposto, porque, mesmo que nos incomode, é feito por outra pessoa e somos obrigados a respeitar. Se corrermos, gritarmos, cantarmos alto, decidirmos usar algo diferente, conhecer coisas novas e mudar os nossos pensamentos, também parece errado. Porquê?

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